domingo, 2 de outubro de 2011

Química nuclear

     Química nuclear é a área da química que lida com materiais utilizados para fins nucleares, como o Urânio, e dá origem às reações nucleares que se tornaram mais conhecidas na humanidade durante a Segunda Guerra Mundial, com as explosões das bombas atómicas. A partir desses acontecimentos, reações nucleares são sempre motivos de destaque nos jornais, por estarem sempre envolvidas em guerras, contaminações e em grandes desastres. Mas não é só para prejudicar o homem que a Química Nuclear existe, ela também traz benefícios como a utilização para gerar energia substituente à energia gerada por hidrelétricas, e tem aplicação na medicina, na agronomia, nas indústrias, etc.
     A energia nuclear está no núcleo dos átomos, nas forças que mantêm unidos os seus componentes – as partículas subatómicas. É libertada sob a forma de calor e energia eletromagnética pelas reações nucleares e explosões nucleares.
    Na medicina, ela é utilizada no tratamento de tumores cancerosos, na indústria a radioactividade é utilizada para obter energia nuclear e na ciência tem a finalidade de promover o estudo da organização atómica e molecular de outros elementos. 

                                       Energia Nuclear no Brasil
     No Brasil encontramos a energia nuclear produzida de forma diferente, em vez de Urânio 235 sendo usado no processo, temos também o Urânio 238. Estes dois isótopos do elemento Urânio se diferenciam em suas propriedades, uma vez que o Urânio 235 pode sofrer fissão nuclear e ser usado como combustível nuclear e seu isótopo não.

    O Urânio na forma mineral, ou seja, extraído do minério, pode ser encontrado em solos brasileiros, ele se apresenta como um sal amarelo e ficou conhecido como “yellow cake”. O problema deste mineral é que sua composição é de 99,3 % de Urânio 238 e somente 0,7% de Urânio 235. Sendo assim, para utilizar este minério na produção da Energia Nuclear é preciso modificá-lo, veja o processo usado para esta finalidade:

1. Primeiro é preciso transformar o urânio extraído do mineral em um gás, o hexafluoreto de urânio (UF6);
2. Em seguida este gás é convertido em pó de urânio: UO2;
3. O pó obtido passa por vários processos até o produto final: pastilhas com combustível nuclear no tamanho de 1 cm.
   O procedimento demonstrado acima permite enriquecer o mineral aumentando a percentagem de Urânio 235.
   Para se ter uma ideia do potencial das pastilhas compostas de dióxido de Urânio, apenas duas pastilhas gera energia suficiente para abastecer uma casa durante um mês.

                                                      Lixo Nuclear: Perigo!

        Os rejeito radioactivos provenientes de hospitais, usinas nucleares, centros de pesquisas, etc., recebem o nome de lixo Nuclear. Como o próprio nome já diz, este material é resultado da atividade com elementos radioactivos que emitem energia nuclear, como por exemplo, Urânio, Césio, Estrôncio, Iodo, Criptônio e Plutónio. Este lixo não pode ser reutilizado em razão dos isótopos radioactivos, ou seja, não pode ser tratado como lixo comum.
     Por que o lixo nuclear representa perigo? 
       Quando os isótopos de Urânio passam pelo processo de fissão nuclear, se desintegram e passam a emitir radiações gama. Os raios gama são extremamente nocivos à saúde porque possuem um grande poder de penetração, eles invadem as células do organismo e podem levar até à morte. Por isso os materiais radioactivos oferecem riscos à saúde do homem. 
    Veja como pode ser feito o descarte correto do lixo Nuclear: 

        Os rejeito de usinas nucleares são colocados em recipientes especiais e descartados em locais com revestimento de concreto, devendo permanecer confinados por um período longo, que varia de 50 a 300 anos. A radiação desaparece após esse tempo e não oferece mais riscos. Mas é importante destacar que esse período não é fixo, pode variar de um lixo para outro.
       Um dos maiores acidentes envolvendo o lixo Nuclear ocorreu na cidade de Goiânia, em 13 de Setembro de 1987, e resultou na morte de mais de 400 pessoas. O material radioactivo responsável pela catástrofe foi o Césio 137, que contaminou adultos e crianças. Após o acidente foi preciso criar o repositório: local isolado e profundo, recoberto com placas de chumbo (isolante), onde o lixo nuclear foi armazenado. 

Por : Líria Alves
Graduada em Química
Equipe Brasil Escola

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